Dois filmaços em cartaz. Que falam do mesmo tema, de modos diferentes - os encontros inesperados da vida. Diferentemente do comportamento de adolescentes (e alguns adultos, infelizmente), que vivem em bandos iguais, os grandes encontros da vida ocorrem quando nos batemos com os diferentes. Qual a graça em ficar rodeado por pessoas que são iguais a nós, que fazem as mesmas coisas e se vestem de modo igual?
"Os Intocáveis" é um filme francês, que mostra a história de um homem rico, austero, que fica tetraplégico e precisa de alguém para fazer absolutamente tudo pra ele - um cuidador. Que bom q arranjou alguém que fez inclusive com que pensasse e agisse de modo diferente na vida... Tenho certeza que vão perceber que parece ainda mais feliz que antes, mesmo paraplégico... Phillipe (ator Omar Sy) é um negão da periferia, que faz com que o ricaço perceba que boa parte dos nossos movimentos na vida dependem da cabeça... Ligar para a mulher que ama e marcar um encontro, andar de janelas abertas no carro ouvindo uma música legal (aliás a trilha sonora é um destaque a parte - ícones de meus tempos de menina alegram as cenas, com Earth, Wind and Fire e Cool and the Gang - baixei tudo quando cheguei em casa e prolonguei minha diversão).
Já "A Beira do Caminho" é um filme nacional que fala do encontro de um homem caminhoneiro amargurado por erros que cometeu na vida e dos quais nunca se perdoou, com um garoto órfão, cuja mãe morreu e que sai em busca do pai, que supostamente vive em SP. O garoto (Duda) deve ter uns 8 anos e fugiu do abrigo. O caminhoneiro, João (o maravilhoso ator João Miguel), tem muita resistência ao menino, apesar de ter cedido a dar a carona, mas criança é sempre um ser a parte... Às vezes é até difícil de acreditar que somos da mesma espécie... Em alguns momentos do filme eles se repetiam, com muita angústia: "Nós somos uns fudidos!". E eram mesmo. A diferença é q as crianças têm esperança. No pior dos cenários. Os adultos, às vezes até com um horizonte belo, não enxergam e esperam por algo impossível, como por um alguém que vai chegar, um emprego, uma promoção, para ver alguma ponta de felicidade. O menino (como todas as crianças que eu conheço) brincava e era feliz com garrafas PET, banho de rio, boleia de caminhão, discos de Roberto Carlos. O destaque são as frases de efeito que apareciam nas placas de caminhões na estrada e algumas que foram ditas pelo menino:
"Não existe dor pior que a de saudade" - dita por Duda
"Pra quem não tem nada, metade é o dobro"
"Quando a saudade não cabe no peito, ela brota pelos olhos"
Excelentes opções de lazer, para uma semana em que talvez precisemos de esperança para ver se os representantes escolhidos hj façam, de fato, alguma coisa que nos faça voltar a sonhar...
Bjos for all,
Ade
domingo, 7 de outubro de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
Beginners
Numa tarde de domingo como essa, surgiu mais uma inspiração para escrever...
Pra ser bem honesta o clarão se abriu e escreveria quase sobre qq coisa. Mas o filme foi bem interessante. Diferente. Ultimamente só assim me interessam... Begginers, de Mike Mills, de 2010. Tradução em português bem boa para "Toda forma de Amor".
Um resumo da história (que não prejudica quem não viu): um rapaz de 37 anos revê (ou vê agora) sua vida através de flashbacks de sua vida qdo criança, através do relacionamento (morno) dos pais e principalmente através dos últimos anos de vida de seu pai (Hal), que resolveu assumir-se gay aos 75 anos, após morte da mulher com quem foi casado por 45 anos. Infelizmente junto a isso Hal descobre q tem câncer e vive apenas mais 4 anos. E Oliver (o filho) desses últimos anos conhece Anna, uma mulher q mexe com ele (ou seria tudo isso q mexe com ele?).
O filme é triste. Não pq Hal seja trsite. Hal é bem feliz. Feliz por ter vivido com aquela mulher, feliz pq consegue ser gay e arranjar um namorado mais jovem aos 75 anos. E enxerga o câncer de forma natural. Em determinado momento do filme está dando uma festa e Oliver (esse sim o sad), o questiona: "Não acha q está exagerando? Vc está com câncer estágio 4. Isso é grave. Não existe o estágio 5". Hal responde: "Não enxergo assim. Entendo que já passei por 3 fases antes. Estou me sentindo bem." Nos últimos meses de sua vida de sua vida Hal namora, frequenta bares e boates, compra livros e flores. Comprar livros e flores... Não devíamos fazer isso agora mesmo????
O filme tem uma montagem interessante, com muita projeção de figuras, desenhos (que eu amei - uma das que estão aí anexadas ao texto).
E é triste. Uma tristeza de fundo. Daquelas que nos faz lembrar de algo. De alguém. De um momento.
Até que um dia, como esse, um clarão se abre e a gente se inspira, escreve, lê e compra flores.
Bjos for all.
Ade
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