domingo, 31 de janeiro de 2010

DICAS DE SAIDINHAS EM SALVADOR


Eis que estou cheia de novidades de um final de semana ainda pelo meio... Lugares q fui e gostaria de indicar.
O 1o foi a MME CHAMPANHARIA (OU CHAMPANHERIA). MME é abreviação de Madame em francês. Fica no Rio Vermelho, casa amarelona ainda sem placa, um pouco antes do Twist ou Póstudo, mas do outro lado da rua. Eu descobri andando pela rua outro dia (coisa q faço raramente). Fui ver uns amigos no Boteco do França e estava na academia com carro já estacionado. Decidindo ir à pé, me chamou atenção na casa a cor, claro, e luminárias belíssimas, parecidas com algumas q tinha adquiri recentemente aqui pra casa (eu amo decoração). Espichei o olho e estava tímida de perguntar o que era... Pensei: "Q bestagem, pergunta!!" Já tinha passado e voltei. Perguntei ao segurança e ele me respondeu: "É uma Champanheria." Eu nao acreditei naquela resposta e disse: "Como assim? Só vende Champanhe, tipo assim, de vários tipos? (Na escada da entrada tinham umas intimidantes garrafas de Veuve Clicquot)". E ele me disse q sim e me disse tb q tinham comidinhas para acompanhar. Sabia q tinha de voltar ali outro dia. Fomos na 6a feira. O lugar é muito bem decorado e tem um cardápio vasto de Champagnes, de várias nacionalidades e preços. As garrafas variam de R$20,00 (isso mesmo) até sei lá, uns R$1.000,00. E vc pode pedir taças de marcas variadas para provar, por preços bem interessantes. Tem ainda um Menu degustação de champanhes nacionais, de R$30 e R$40, com amostras de uns 5 ou 6 tipos. A comida estava ótima. Não serve jantar mas comemos um filé com shimeji e o 2o não lembro pq as bolhas já tinham subido à cabeça, mas estava ótimo. Rsrsrsrs. O pior é q é sério... saí cambaleante... Recomendo q passem por lá qq dia desses, a dois ou em grupo. É uma delícia tomar uma taça de champagne num calor desses. E vc se sente a Madame herself.

A 2a dica é o Ciranda Café. Este fica na Rua Fonte do Boi, Rio Vermelho, perto do IBIS/ Mercure. Um Café cultural, q serve pratos deliciosos, cafés, tem exposição de arte, uma lojinha de produtos naturais/ artesanais, uma pequena adega e ainda tem um auditório com apresentação de shows e peças de teatro. Fomos por causa da peça Fernando Pessoa, encenado pelo excelente ator Marcos Machado, q deu um show. Junto a ele um que tocava violão clássico maravilhosamente. Comemos um peixe, com arroz integral e molho de cajá (super extravagante, hein?) e tomamos um vinho orgânico (o 1o q provei), Chileno, Merlot. Muito bom. Os pratos são um pouco caros, R$40 a R$50 em média cada, mas dá para dividir. A foto q coloquei acima está pintada na parede de fora, muito interessante, é de Igor Souza (http://www.fotolog.com.br/igorsouza), que descobri q está expondo em SSA até final de fevereiro/10. Achei o trabalho muito interessante. Vou visitar.

Well, that's it!! Quem sabe vcs passem o 2 de fevereiro tomando champagne ou tomando um Café? Eu vou tentar dar uma fugida do trabalho mais cedo e fazer tudo isso de novo!!

Bjos for all,

Ade

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Eis um novo post... um post de ano novo. E achei vagabundeando pela internet. Coisa que não fazia há um tempo. Justamente por falta dele. Hoje foi meu 1o dia de folga real no ano e chutei o balde nos pseudo-compromissos e estou curtindo minha folga de pernas pro ar, lendo variedades, criando pensamentos sortidos. E descobri um Blog "vizinho" maravilhoso, que desconfio que vcs vão me abandonar em breve para recorrer a ele, no intuito de ler algo legal. Vou correr o risco mesmo... Chama-se Crônica do Dia ( http://crondia.blogspot.com). São "Crônicas diárias dos novos cronistas do Brasil". Já virei seguidora. E a "fonte" que me conduziu ao Blog recomendava o Eduardo Loureiro Jr. Me identifiquei quando a "fonte" dizia q lia o Eduardo e Rubem Alves e que ambos a faziam sorrir e chorar em instantes. Claro q tinha de buscar esse tal de Eduardo, né? O cara é Cearense e tem crônicas muito legais de fato. Escolhi uma das que li para postar aqui para vcs. Pq claro q me identifiquei. E me fez super bem no dia de hj. Em q resolvi vagabundear. Fazer um dia MEIA-BOCA. Sem nenhum grande compromisso, plano ou pensamento. Estou adorando meu dia meia-boca. Espero q vcs tb adorem a leitura half-mouth abaixo do inteiro e já listado para minhas futuras leituras!! Welcome, Eduardo!


Bjos for all,
Ade


MEIA-BOCA >> Eduardo Loureiro Jr.



"Pelejar pelo exato dá erro contra a gente."

(João Guimarães Rosa)

Tem gente que só quer do bom e do melhor. Para mim, o bom já está bom; só quero do melhor se não der muito trabalho.

Querer ser o melhor — e ter o melhor — normalmente necessita de um esforço que não vale a pena que o próprio esforço criou. A dor é um bom limite. Se está doendo, então já está perto da hora de parar: a partir daquele ponto, um aumento do esforço não vai melhorar muito o resultado.

Sabe aquelas coisas de "vou atravessar a cidade para comer AQUELE bolinho de bacalhau, o melhor do mundo"? Ué, mas se tem um bolinho de bacalhau bom já ali na esquina, por que pegar carro, ônibus, táxi? Sai mais em conta caminhar até o bolinho mais próximo. Em matéria de culinária, não tenho muitas papas na língua. Sou incapaz, por exemplo, de identificar coentro numa comida: e tem gente que detesta coentro, quer lamber o tridente do diabo mas não trisca a língua em coentro. É a turma que quer o melhor, que quer o perfeito, para quem tudo deve ser daquele jeitinho ideal.

Ideal é um bom nome para padarias — Padaria Ideal, o seu paõzinho perfeito — mas, no dia-a-dia, eu prefiro o real. E o real quase nunca é perfeito, está mesmo longe de ser o melhor. Tem gente que compra o mais barato, tem gente que só paga pelo melhor. Eu escolho o mais-ou-menos, o meia-boca, o morno que muita gente vomita.

Praticamente nada do que faço recebeu ou receberá o adjetivo superlativo de bom: o melhor está fora de minhas pretensões. Meus textos — esta crônica, por exemplo —, minhas músicas, minhas aulas, minhas análises de mapa astral, qualquer tarefa que eu desempenhe — de desentupir uma pia a fazer turismo numa nova cidade — traz sempre a marca do "se já 'tá bom, 'tá bom".

Entre a dona Qualidade e a dona Quantidade, fico com as duas — mas não sacrifico a segunda pela primeira. O tempo e a paciência perdidos na tentativa de fazer do bom o melhor poderiam ser empregados em outras coisas. Em vez de gastar o juízo para compor a canção perfeita, faço logo umas dez seguidas e, com sorte, algumas delas ficam bonitas. Não sou um daqueles para quem a busca da perfeição leva à perfeição. O que me aproxima da perfeição é a prática constante e fiel do erro.

E se há mesmo que se fazer o esforço, é bom que se produza muito. Eu que não vou botar óleo numa panela — e depois ter o gordurento trabalho de lavá-la — só pra comer uma cuiazinha de pipoca. Se é pra fazer pipoca, que a espagueteira fique cheia delas. Espagueteira, sim. Só usa pipoqueira quem quer a melhor pipoca, o que, vocês sabem, não é o meu caso.

A única coisa que fica perfeita com o esforço concentrado é o estresse. O que tem de gente perfeitamente estressada é uma beleza. E como é que se saboreia o perfeito bolinho de bacalhau ou a perfeita pipoca quando se está perfeitamente tenso? E como é que se admira a perfeita canção ou o perfeito texto quando se está perfeitamente exausto? Não sei a resposta, nunca fiquei perfeitamente estressado, não faz parte da minha realidade. Para mim, de estresse já basta o ruim, não quero saber do pior.

Essa história de olho clínico, de ouvido absoluto e de paladar sensível no mais das vezes só atrapalha. Não é coisa de mestre nem de gênio. Não é chique, é chato. Porque tem hora que as pessoas que querem o melhor começam a querer o seu — o meu — melhor. E aí é um tal de "faz isso assim", "você devia fazer assado", "o potencial você já tem, basta se dedicar um pouco mais"...

Já foi-se o tempo em que eu era cu-de-ferro, o primeiro da classe. Hoje em dia, gazeio aula para jogar porrinha no pátio e fico contente se passar por média. Que os outros pelejem pelo exato. Eu prefiro passear pelo descabido.